O curioso é que o Murakami tem uns pensamentos iguais aos meus. E o fato dele discorrer sobre os devaneios que ele tem durante as kilometragens das suas corridas de longas distâncias, em treinos diários, assemelhavam-se às minhas viagens durante o percurso que traçava até a Bahia.

Agora que voltei, minha prima me presenteou com um romance dele de verdade - Norwegian Wood - do qual estou me alimentando durante as manhãs de sol que invadem meu apê paulistano. O Murakami tem sido minha melhor cia desde então... desta minha retomada à leitura, pois, confesso, que andava travada, angustiada e sem qualquer resquício de concentração e tesão para os livros.
"Nada do mundo real é tão belo quanto as ilusões de uma pessoa prestes a perder a consciência".
Murakami, em Do que eu falo quando falo de corrida.
Nesta passagem que ele faz se refere à uma maratona na Grécia e o quanto ele ansiava por uma cerveja gelada. Lembrei de quando fiz o percurso de 10 km em Sto Amaro, na marginal pinheiros da minha infância, e em todas coisas que pensei naquela eterna 1h em que completei a prova. Meu melhor tempo desde então. Excelente forma física me encontrava. E uma das coisas que mais me incentivava a chegar ao fim, em meio à embriaguez que o desgate físico provoca em nós numa manhã de verão com o asfalto queimando, era uma vontade minha de ser beijada por um certo grande amigo meu. Eu achava que se completasse a prova, iria ser agraciada pelo beijo mais desejado por mim naquela época. Do cara que um dia tinha sido completamente apaixonado por mim, e dez anos depois, os sentimentos se inverteram. E por esses dias juninos, fiquei sabendo que o dito cujo está noivo. Pois é, coisas do tempo que passa.
"Sou do tipo de pessoa incapaz de entender bem alguma coisa, seja lá o que for, se não a puser por inteiro no papel".
Murakami, em Norwegian Wood.
***post originalmente escrito em junho de 2011***
E tem muito mais Murakami a espera de sua leitura quando voltar, Momô! Tô morrendo de saudade da minha amiga-prima! Bjooo
ResponderExcluir